A natureza de Kaikoura |
A história
de alugar carro em duas etapas pareceu estranha, mas como por aqui as ilhas são
ligadas por um ferry , muitas locadoras oferecem a locação desta forma e não
permitem que você cruze com o carro de uma ilha a outra.
Saindo do
porto de Picton rumamos para Kaikora, cidadezinha famosa pela vida marinha e
pelo lindo visual da costa Neo Zelandesa.
Além de conseguirmos um lugar confortável para ficar, passamos o ano novo
com uma visita ilustre.
Kaikoura - Ilha Sul |
Kaikoura - Ilha Sul |
As
atividades na cidade são marcadas pela relação com a natureza, como por
exemplo, o passeio para avistar baleias. Há opções de usar barco, helicóptero
ou avião, dependendo só de quanto estiver disposto a pagar. Nós optamos em fazer um trekking pelos clifs
que margeiam a enseada e pudemos visitar a colônia de leões marinhos, avistar
muitas aves e aproveitar o visual que compensou a andança.
Leão Marinho em Kaikoura - Ilha Sul |
Natureza de Kaikoura - Ilha Sul |
Kaikoura - Ilha Sul |
Mas voltando
ao visitante que mencionamos antes, na noite de réveillon estávamos esperando o
horário para comemorar a virada, quando vimos um vulto estranho passar pela
porta do bangalô. Corri para pegar uma
lanterna, mas cheguei apenas a tempo de ver um bichinho correndo assustado para
longe. Parecia um porco espinho de
perninhas curtas com um bico de beija flor. Apesar da descrição estranha, estávamos recebendo a visita da ave símbolo da
Nova Zelândia o Kiwi. Pena que não consegui tirar fotos, mas a natureza dava
suas boas vindas em 2013.
De Kaikoura
seguimos em sentido sul pulando a cidade de Christchurch ,pois queríamos
conhecer a região do Lake Tekapo antes de rumar para os glaciares em Franz
Josef. O caminho é feito pelo centro do país e depois de algum tempo vendo
fazendas e verde, o caminho fica meio sem graça.
A medida
que nos aproximávamos do Mont Hooker o
tempo foi virando e uma chuva forte nos acompanhou por toda a passagem pela
região. Uma pena, pois o lago Tekapo tem
uma cor azul celeste incrível e mesmo com o maior temporal dava para perceber o quão lindo é este
lugar. Não é para menos que é escolhido
por muitos casais de noivos para se tornar o fundo do book de fotos de
casamento.
Wanaka - Ilha Sul |
Sem
reclamação seguimos a viagem para Wanaka, outra região de lagos muito bonita na
ilha Sul. Como a chuva não nos abandonava tentamos conseguir alguma hospedagem por
ali e sofremos os problemas de viajar na alta temporada. Tivemos que rodar por muitas
cidades até conseguirmos um lugar para ficar e, ainda assim, com preços pouco convidativos.
A lição
ficou por conta de reservar antes para garantir bons preços e lugares, pois
perdemos a chance de ficar em um albergue na frente do lago com uma das
melhores vistas do Tekapo. Dia seguinte
rumamos para o Franz Josef e apesar de no mapa parecer tão pertinho,
ficava do outro lado de uma cadeia de montanhas que requereram mais de
5 horas de carro até o destino.
Antes de
chegar a Franz Josef o cenário começou a mudar com um movimento menor de
veículos e estradas com pontes onde passavam apenas um carro de cada vez, a
solução era negociar com os motoristas que vinham na direção contrária quem ia
passar primeiro...
Já
estávamos até acostumando com a chuva torrencial, mas não com os estragos que
ela ia causar. Ao chegarmos ao hotel em Franz Josef nos deparamos com as placas
de falta de telefone, internet e ATM’s em todo o vilarejo devido aos fortes temporais. Foi até engraçado quando a recepcionista nos
perguntou: “Como chegaram até aqui?” já que a estrada que levava ao norte
estava interditada devido à queda de uma ponte e a do sul, por onde viemos,
estar com um volume de água acima do normal...
Franz Josef e os estragos causados pelas chuvas |
Tínhamos
sido guiados pela vontade de conhecer uma formação natural que é singular, os
glaciares de vale. Um pouquinho de história e pesquisa no Wikipédia conta que
esta formação de gelo composta por neve compactada, chegava até o mar da
Tasmânia a milhares de anos atrás.
Mesmo com uma sensação de estar isolado no
final do mundo, fomos procurar alguma informação de como chegar até as
geleiras. O que ouvimos foi que se a chuva parasse, talvez fosse possível
chegar às geleiras em grupos guiados e levados por um helicóptero.
Desanimados? Nada disso! Aproveitamos para comprar alguns
vinhos e curtir nossa nova hospedagem quentinha. Aliás, os vinhos brancos da
Nova Zelândia mereciam um post à parte devido a sua qualidade, preços baixos e
variedade.
Se há algo
que aprendemos neste sabático foi relaxar nos momentos de stress para
aproveitar o melhor de cada situação. Quer um exemplo? A falha nos meios de
comunicação causados pela chuva fez com que o hotel tivesse problemas em
confirmar nossa reserva o que nos deu direito a um upgrade sem custo adicional.
Outra boa
experiência foi conhecer uma família de brasileiros que vivem na Nova Zelândia
a alguns anos e que foram uma companhia fantástica durante nosso jantar de
despedida da região dos glaciares.
Franz Josef Glacier |
Fox Glacier - Ilha Sul |
Fox Glacier - Ilha Sul |
Três dias
depois da chuva “lavar a égua” o sol resolveu aparecer e lá fomos nós para Fox
Glacier com a expectativa de andar pelos paredões gelados, e desta vez a sorte
ajudou.
O passeio é
feito em grupos acompanhados por guias experientes e que fornecem os equipamentos
e transporte até o local da ascensão.
Calçados “crampoms” nas botas é só seguir gelo
adentro com cuidado, pois apesar de parecer uma massa compacta e sólida, os
glaciares estão em constante movimento o que gera fendas profundas e crateras
na paisagem gelada.
Cumprido a
etapa em Fox, seguimos para Queenstown nosso último ponto de visita na ilha
sul. A cidade é famosa pelos esportes radicais que vão do bungy jump e swings
nos desfiladeiros até esportes de velocidade na água como o Jet boat e os cruzeiros
para Milford. Há também atividade para quem não é amante de adrenalina como
trekkings e pescaria.
Chegando a Queenstown |
Queenstown, lago Wakatipu |
Barco a Vapor Queenstown |
O que mais
nos chamou a atenção foi a beleza do vale que contrasta com o lago Wakatipu.
Não se engane, a cidade é pequena, mas divide com Christchurch boa parte do turismo da ilha sul.
Outro
detalhe legal é o “mood” da cidade com artistas de rua que se revezam na orla
do lago, e se precisar de descanso do agito, basta andar 5 minutos e relaxar no
parque com toda a vista da cidade pertinho de você.
No final de
nossa visita a Nova Zelândia, ficou o aprendizado de providenciar a reserva do carro
e da estadia com alguma antecedência para evitar preços altos. Outra coisa, foi
a sensação de que faltou algo por não conseguir fazer a viagem a bordo de
uma campervan. A Campervan nada mais é que uma van ou SUV adaptada com cama,
cozinha e toda parafernália. É como viajar com a casa nas costas. A que mais vimos por aqui foi a Jucy ,
companhia famosa por pintar seus veículos com cores extravagantes que lembram o carro do scooby doo.
Voltaremos
um dia para este lugar já que o país ainda tem coisas para serem exploradas,
como por exemplo, o Fiordland National
park que concentra Milford sounds, Dusky and Doubtful Sounds. Estes, cenários famosos usados
como locação no filme “O Senhor dos anéis”.
Bom,
deixando a ilha para trás, embarcamos para nosso próximo destino na Oceania, a Austrália.
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