Muro das lamentações (western wall) |
Feche os
olhos por um minuto e concentre-se nos sons. De um lado sinos católicos do
outro o chamado muçulmano e no meio destes um silencio vindo das sinagogas
judias... Isto é Jerusalém.
Aproveitamos
a proximidade da fronteira com a Jordânia e cruzamos o território pela ponte Aqaba/Eilat. Do lado Jordaniano a travessia foi marcada
pela cara de tédio da policia jordaniana onde tivemos que bater nos guichês
fechados para sermos atendidos. Já no lado israelense o ritmo foi bem diferente
marcado pela eficiência, simpatia e as perguntas normais que todo oficial de
fronteira costuma fazer.
Eilat e o mar vermelho |
Da
fronteira seguimos de táxi até a cidade de Eilat onde ficamos um dia para
curtir o mar vermelho e tomar o ônibus da Egged Tours no outro dia logo cedo
para Jerusalém.
O ônibus é simples
e confortável e nos deixou na rodoviária central da cidade depois de 4,5h.
Daqui fica a opção de tomar o trem de superfície logo em frente a rodoviária
por +/- 7 NIS ou 40 NIS pelo Taxi até a porta de Jaffa.
Encaixamos
a viagem a Israel em cima da hora e aproveitamos muito as ótimas dicas da Carol Guelber do blog Vicios de viagem (clique no nome para acessar o blog). Com isto
conseguimos aproveitar a cidade mesmo durante o Yom Kippur, um dos feriados
judeus mais importantes.
Ficamos no The
Jerusalem hostel, simples mas bem localizado e de lá pudemos conhecer a cidade
histórica e a maioria dos pontos turísticos a pé.
Não somos
fãs de passeios guiados, mas em Jerusalém recomendamos o New Jerusalem SandmansFree Tour (clique no nome para acessar o site)
pois irá te dar uma boa idéia da história e boas dicas de como se locomover
pela cidade. O centro antigo é compacto mas as ruas são estreitas e difíceis de
se localizar, como resultado, você facilmente irá rodar em círculos até chegar
onde procura. A cidade também é conectada pelos telhados e muitos destes
caminhos são utilizados como atalho pelos locais.
Pinturas nas paredes das casas do lado árabe de Jerusalem celebram a partida de um ente querido a Meca |
Jerusalém, ruas desertas durante o feriado de Yom Kippur (19:30 hrs)... |
... e pouca coisa mudou no dia segiunte (16:00 hrs) |
Lembra que
comentamos sobre o Yom Kippur (dia do perdão)? Bom este feriado é muito
comemorado em Israel, pois marca o período de reflexão judaico sobre as falhas
cometidas durante o ano e a cidade literalmente para por dois dias. Deixa eu me
explicar melhor: Restaurantes, mercados, transporte público, pontos turísticos,
tudo fechou e a cidade a partir das 15:00hrs ficou parecendo cenário de filme
catástrofe onde tudo foi evacuado restando apenas dois personagens na rua, eu e
a Déia...
Igreja da Natividade em Belem |
Desta
forma, aproveitamos a “evacuação” de Jerusalém para visitar a igreja da Natividade
em Belém. O local que fica em território palestino não é afetado pelos feriados
judeus e pode ser alcançado usando o ônibus 21 que sai da frente da porta de
Damascus (lado árabe). Pelo caminho já se nota as diferenças das cidades além
do muro que separa Israel e a Cisjordânia. Ao descer do ônibus encaramos uma
caminhada de 15 minutos até a igreja com uma irritante abordagem dos taxistas
oferecendo corridas aos pontos turísticos.
Belem e a tumultuada entrada na gruta da natividade |
A igreja é
simples e tem mosaicos no piso protegidos por portas de madeira que te levam
até o altar. Dali há uma pequena entrada pelo lado direito até a gruta que é
marcada por uma estrela de 14 pontas no piso.
Infelizmente
não pudemos aproveitar muito a visita pois o local é bem pequeno e estava lotado
de tours. A equação é simples: muita gente junta em local apertado gera
problemas na certa, e foi aqui que presenciamos uma briga entre dois guias que
disputavam a entrada da gruta com direito a gritos e tumulto para todo lado.
Ainda assim vale a visita afinal é o local onde acredita-se ter nascido Jesus.
Voltamos a
Jerusalém com o mesmo ônibus, mas antes da entrada em território Israelense o ônibus
parou no Check point e todos precisaram mostrar identificação. Por isso fica a
dica: leve sempre seu passaporte, pois ele é essencial para voltar a Jerusalém!
Via Dolorosa com as marcas de cada estação |
No dia
seguinte aproveitamos para caminhar pela Via Dolorosa que hoje fica quase toda
na parte árabe de Jerusalém. O local é marcado por sinais e igrejas em cada um
dos XIV pontos, finalizando na igreja do Santo Sepulcro que é o ponto mais
sagrado da terra para os católicos.
Igreja do Santo Sepulcro |
Esta igreja
tem uma longa história de construção, destruição e reformas que começa em 70
d.C com o Imperador Adriano e até vai
até 1872 com o tratado de Berlim que mapeou cada milímetro do local e definiu
regras para sua conservação. Hoje é propriedade compartilhada entre os greco-ortodoxos, armênio-ortodoxos, católicos romanos,copta-ortodoxos
egípcios,etíope-ortodoxos e os sírio-ortodoxos.
Igreja do Santo Sepulcro fenda para tocar a rocha Gólgota |
É neste
local que em 326 d.C, Helena mãe do imperador Constantino I identificou a rocha
Gólgota, local onde Jesus foi crucificado e a tumba Anastasis que acredita-se
ser onde Jesus foi enterrado. O local contém uma arquitetura um pouco confusa
em vários níveis onde no térreo fica a pedra da unção e o santo sepulcro, no nível superior
há uma linda decoração com uma fenda que permite aos fiéis tocarem a pedra da
Gólgota e no nível inferior esta a capela de Santa Helena, onde acredita-se que
Helena achou a cruz onde Jesus foi crucificado. Reserve um tempo para visita mesmo
que os sacerdotes ortodoxos maus humorados tentem expulsa-lo(a) do local.
Igreja do Santo Sepulcro, pinturas em frente a pedra da Unção |
Não importa
suas crenças religiosas, é quase impossível ficar indiferente ao visitar Jerusalém.
A cidade antiga está dividida entre os moradores muçulmanos, judeus, armênios e
católicos e abriga os principais pontos de peregrinação de cada religião.
Jerusalém - "juntos mas separados pelo coração" |
Os
moradores dividem os locais públicos mas fica evidente as diferenças de
comportamento e vestimenta ao caminhar de um ponto a outro. O poeta judeu Shaul
Tchernichovsky escreveu uma frase muito interessante sobre isto, não lembro o
texto na íntegra mas é algo como “ aqui todos se inter-relacionam, vivem
juntos, mas estão separados pelo coração...”
Ainda
assim, vale a visita ao muro das lamentações as igrejas incríveis que estão no
monte das oliveiras (Igreja da Virgem Maria, Igreja de todas as Nações, igreja
de Maria Madalena e Basílica da Ascensão) e as sinagogas judias na cidade
antiga, o único lugar que é vetado a não muçulmanos é a mesquita da Rocha (Dome
of the Rock) devidamente policiada pelo exército Israelense.
Após
nossa rápida visita a Israel tivemos que voltar a Amman de onde sairia nosso
próximo vôo e passamos um perrengue na travessia da ponte Allenby Bridge / King
Hussein Bridge
Igreja da Virgem Maria |
Igreja da Virgem Maria |
O local não
é recomendado para turistas pois fica em Jerichó território palestino e costuma
ficar sempre cheio. Os 5 Km entre uma fronteira e outra requer o uso de um
ônibus específico e o lado jordaniano não oferece visto na entrada do País. Se
você não tiver um visto da Jordânia válido corre o risco de ter que voltar para
Israel... O blog The Mad Traveler (clique no nome para acessar o site)
descreve claramente as várias opções de travessia entre Israel e Jordânia, vale
uma checada.
Tínhamos
perguntado sobre a múltipla entrada em território Jordaniano no aeroporto e
voltamos a confirmar as regras na travessia da ponte em Aqaba, mas ainda assim ao
chegarmos no posto de checagem da Jordânia King Russein, o policial reteve
nosso passaporte e depois de liberar todo mundo nos fez pagar 40 JOD por novos
vistos.
Sabíamos
que não era algo normal já que tínhamos comparado nossos vistos com um casal de
franceses durante a travessia e eram exatamente iguais. Ou seja, eles passaram
e nós ficamos, tava na cara que estávamos sendo enrolados...
Nessa hora
não adianta discutir, é pagar ou voltar a Israel e ficar mais 1 dia por lá já
que na sexta e sábado a ponte fecha as 13:00 hrs devido ao Shabat... O mundo
não é perfeito meus amigos.
Vista Aerea mar Morto lado Jordania |
Mar Morto do lado de Israel |
Em Amman,
aproveitamos um dia para visitar o mar morto já que não o fizemos do lado israelense. Boiar nas águas super salgadas deste lugar é
algo quase obrigatório e optamos por conhecer a praia reservada em um resort
com direito a piscina e trajes de banho normais. A praia publica é uma opção
mais barata, mas as mulheres locais utilizam roupas que cobrem dos pés a cabeça
e biquíni é algo pouco aconselhável aos visitantes. O passeio pode ser feito em
uma manhã ou tarde já que o mar morto fica a menos de 1h de Amman.
No dia
seguinte embarcamos a Moscou e tivemos que tirar os casacos da mala pois a
previsão é de frio comparado aos 30 e poucos graus do Oriente Médio.
Obrigada, casal!!! O post ficou ótimo !!! Abraços
ResponderExcluirValeu Carol. Passamos rápido pela cidade, mas aproveitamos o passeio. Abs
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